segunda-feira, 27 de setembro de 2010

13 de junho de 2006

IMPRESSIONANTE

A cidade que era cinza, em uma manhã de junho acorda verde e amarelo, como se de repente as tintas tivessem caído harmonicamente pelas ruas da cidade, estas cores aparecem por todos os lados e juntos delas um sorriso irradiante.
O ônibus lotado que estamos pegando não tira atenção dos passageiros (não hoje), pois hoje é um dia especial.
Chego a universidade e há apenas um assunto pelos corredores e as cores voltam a aparecer amarelo, verde, azul de diversas tonalidades...É o Brasil!
Prendo-me por algumas horas na sala de aula e quando saio o ritmo já é outro, todos correm desesperadamente, é momento de achar um bom lugar, pois este momento é inesquecível...
O ritmo acelera, vou perguntar a uma recepcionista da faculdade - O professor fulano de tal virá hoje à universidade? E ela me responde rapidamente é claro que não! Saio daquele ambiente e caminho até o trabalho...Trabalho? Não, hoje não! O expediente só vai até as 4hrs, depois todos se juntaram em um mesmo espaço e se depararam com uma televisão, agora está na moda ter plasma...Mas isto ainda é fetiche, marketing de empresas, consumo. Nós assistiremos no telão!
Encaminho-me até lá e pelo trajeto percebo que todos estão na mesma sintonia, as madames, os empresários, os operários, as domésticas, as donas de casa, os trabalhadores de modo geral e até mesmo os moradores de rua. Uma única classe...Não, não. Isso é piração.
Talvez Geertez consiga colaborar nesta análise, com sua antropologia interpretativa - a hermenêutica.
Interpretar este fato como um ato simbólico, de análise de estrutura social, como se a vitória do Brasil simbolizasse a vitória de cada uma das pessoas, uma troca de papéis, ali os norte americanos não poderiam comandar, o império não venceria, e então neste momento o orgulho nacional se põe a tona.Vencemos!
Peço que tomem cuidado com o ufanismo, ele pode tornar-se perigoso, se usado em grandes proporções.
Continuo minha andança e me deparo com funcionários de um mercado colocando suas camisas amarelas, que acabaram de ganhar de Presente de seu patrão (junto com a exploração da mais valia é claro) passa por mim um cachorro de madame, vestida com a camisa 9( A madame? não! O cachorro!).
O que me pergunto é. Que sentimento é este que traz tanta felicidade? O que faz as pessoas se unirem desta maneira e esquecerem todas as diferenças, pelo menos por 90 longos minutos, divididos em dois tempos. Que fenômeno é este?
De fato minha racionalidade não permitirá chegar a fundo com uma explicação fundamentada, pois este fenômeno transcende, é simbólico.
È transgressão do interdito.O sagrado de transgressão.
Passo pelas lanchonetes e uma única voz eu escuto. A do povo? Nãnaninanão, o povo está de olhos fixos na tv (e há de alguém pensar em falar naquele momento). É a Voz do Galvão Bueno falando sobre os jogos, uma espécie de retrospectiva.A população vibra, mas na verdade estão esperando o momento dele falar “Bem amigos da rede globo, falamos  agora em definitivo...”, daí tudo pára.
Por enquanto fico por aqui...O jogo ainda não começou, a barulhada esta ficando cada vez mais vibrante, as pessoas só pensam em uma coisa, organizam os salgadinhos, a cerveja, arrumam o telão, passam com o bolão ah! Sempre tem um chato que marca contra a seleção.
Esta energia é contagiante.
Esqueço da alienação, da exploração, da tristeza e da dureza diária de crianças e adolescentes se prostituindo nas estradas, esqueço do comércio de mulheres que está forte na Alemanha, da fome mundial, das chacinas nas periferias, dos maus tratos nos cárceres, das mães de família que perdem seus filhos nas mãos dos traficantes e de centenas e centenas de barbaridades que acontecem diariamente pelo mundo.
Mas o lema hoje não é “Um outro mundo possível” hoje nós vamos de “Pra frente Brasil” ou mais marketing político “Sou Brasileiro e não desisto nunca”.
O que importa mesmo agora é que daqui a exatos 60 minutos começará o jogo de nossa digníssima seleção.Vai que é sua Brasilllllllll!
Janaina Santana – 13 de junho de 2006 as 15hrs- 1 hora antes do jogo do Brasil contra a Croácia na Copa do Mundo de Futebol.

** há alguns erros ortograficos eu sei, mas desde que escrevi este texto fiquei com preguiça de fazer a correção...vale a intenção né gente hehehehehehe

Viva Cultura!

E viva a Cultura!!!!!

A arte ta bombando em sampa, por todo lugar tem exposições. A Bienal é massa, pois potencializa a arte em outras partes.

Museu afro, Memorial da Língua Portuguesa e outros tantos...

vale a pena dar umas voltas na cidade e o melhor... tudo grátis.

o caso dos urubus

Caraca, a Bienal ta pegando fogo (tinha uma fogueira de gelo lá no ibirapuera, rs)... até os defensores dos urubus já se manisfestaram... isso sim é arte e política kkkkk até censura de obras já ta rolando....

Dia a dia da Bienal, quem tiver acompanhando tá dando boas risadas e reflexões.. ta avlendo a pena! heheheheheh

Libertem os urubus.. genial kkkkkkkkkkkkkkk
E a Bienal responde, " os urubus estão sendo bem tratados, alimentados e com liberação do Ibama" eita que os urubus tão causando hehehehehhe

Esperemos as polêmicas de amanhã...

Vc viram, fecharam as portas da Bienal mais cedo por conta de uma manifestação em defesa da libertação dos urubus hehehehheh

sábado, 25 de setembro de 2010

Bienal - Arte e Política

29ª Bienal de São Paulo
25 setembro - 12 dezembro 2010
A 29ª Bienal de São Paulo está ancorada na ideia de que é impossível separar a arte da política. Essa impossibilidade se expressa no fato de que a arte, por meios que lhes são próprios, é capaz de interromper as coordenadas sensoriais com que entendemos e habitamos o mundo, inserindo nele temas e atitudes que ali não cabiam e tornando-o, assim, diferente e mais largo.
A eleição desse princípio organizador do projeto curatorial se justifica por duas principais razões. Em primeiro lugar, por viver-se em um mundo de conflitos diversos, onde paradigmas de sociabilidade são o tempo inteiro questionados, e no qual a arte se afirma como meio privilegiado de apreensão e simultânea reinvenção da realidade. Em segundo lugar, por ter sido tão extenso esse movimento de aproximação entre arte e política nas duas últimas décadas, se faz necessário, novamente, destacar a singularidade da primeira em relação à segunda, por vezes confundidas ao ponto da indistinção.
É nesse sentido que o título dado à exposição, “Há sempre um copo de mar para um homem navegar" – verso do poeta Jorge de Lima tomado emprestado de sua obra maior, Invenção de Orfeu (1952) –, sintetiza o que se busca com a próxima edição da Bienal de São Paulo: afirmar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma, e não no que está fora ou além dela. É nesse “copo de mar” – ou nesse infinito próximo que os artistas teimam em produzir – que, de fato, está a potência de seguir adiante, a despeito de tudo o mais; a potência de seguir adiante, como diz o poeta, “mesmo sem naus e sem rumos / mesmo sem vagas e areias”.
Por ser um espaço de reverberação desse compromisso em muitas de suas formas, a mostra vai pôr seus visitantes em contato com maneiras de pensar e habitar o mundo para além dos consensos que o organizam e que o tornam ainda lugar pequeno, onde nem tudo ou todos cabem. Vai pôr seus visitantes em contato com a política da arte.
A 29ª Bienal de São Paulo pretende ser, assim, simultaneamente, uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida; momento de desconcerto dos sentidos e, ao mesmo tempo, de geração de conhecimento que não se encontra em nenhuma outra parte. Pretende, por tudo isso, envolver o público na experiência sensível que a trama das obras expostas promove, e também na capacidade destas de refletir criticamente o mundo em que estão inscritas. Enfim, oferecer exemplos de como a arte tece, entranhada nela mesma, uma política.
Equipe Curatorial
Com curadoria de Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, a 29ª Bienal de São Paulo conta, ainda, com um grupo de curadores convidados de procedências diversas, os quais contribuem para que o projeto tenha amplitude e densidade compatível com a vocação internacional que a instituição possui desde sua origem, são eles: Fernando Alvim (Angola), Rina Carvajal (Venezuela / Estados Unidos), Yuko Hasegawa (Japão), Sarat Maharaj (África do Sul / Reino Unido) e Chus Martinez (Espanha).
O Lugar e o Tempo da Mostra
A exposição contará com cerca de 160 artistas de diversas partes do mundo, sem tomar a origem territorial como valor de seleção. Nesse sentido, reafirma-se a abolição das chamadas representações nacionais, traço característico da Bienal de São Paulo até poucos anos, mas que não mais traduz a complexa rede de migrações e de trânsitos que marca a vida contemporânea. É importante para a 29ª Bienal de São Paulo, porém, enfatizar o lugar e o tempo a partir dos quais ela é organizada: desde o Brasil e desde um momento de rápida reorganização geopolítica do mundo.
Bienal Estendida
O projeto aqui anunciado não se esgota na apresentação de um conjunto articulado de obras, embora este seja, é evidente, seu núcleo e seu lugar de destaque. Tampouco se comprime apenas nas datas em que a exposição estará aberta. A 29ª Bienal de São Paulo se estenderá a várias outras partes, e começa desde agora. Por meio de seu programa educativo, de atividades discursivas, de residências artísticas e de seu website, ela se afigura como um projeto múltiplo que aposta na arte como forma de conhecer e mudar o mundo de uma maneira única.
Calendário
20 de setembro de 2010
9 às 17h - Pré-abertura para imprensa

21 de setembro de 2010
9 às 17h - Imprensa
19h - Pré-abertura para convidados

22 a 24 de setembro de 2010
19h - Abertura para convidados

22 e 23 de setembro de 2010
Manhã e tarde - Professores (Programa Educativo)

25 de setembro de 2010
10h - Abertura ao público

12 de dezembro
de 2010
Encerramento
Horários de funcionamento
De 2ª a 4ª feira: das 9 às 19h.
5ª e 6ª feira: das 9 às 22h.
Sábado e domingo: das 9 às 19h.
Entrada gratuíta

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Asé!

Asé meu povo!

Vejam mais detalhes e informações sobre o Alaiande xire no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Alaiand%C3%AA_Xir%C3%AA

Fotos: Mãe Stela de Oxossi e Gilberto Gil (ainda ministro de cultura) e "Mulheres no terreiro" Ilê Axê Opô Afonjá.

Alaiandê Xire 2010 - em Sampa!



Alaiandê Xirê é o Festival de Alabês, Xicarangomas e Runtós (dependendo da Nação a qual pertencem). Trata-se do encontro anual dos Sacerdotes-Músicos, de ritmos litúrgicos e cânticos dos Terreiros de Candomblé da Bahia, das diferentes nações e de outros estados brasileiros e diásporas africanas.
Foi criado pelo Ogã de Ogum Roberval Marinho e pela Agbeni Xangô Cléo Martins, membros do Ilê Axé Opô Afonjá (BA).
Alaiandê Xirê significa, em língua iorubá, “Festa do Mestre Tocador”. Alaiandê serve também como associação ao Orixá Xangô, que rege o evento. De acordo com a mitologia da religião dos Orixás, Xangô é o mestre tocador, o maior dentre todos os tocadores e dançarinos de Batá, um toque ritual em sua homenagem. Batá ainda é na África e em Cuba, o nome de um tambor consagrado a este Orixá. Segundo alguns mitos, Ayom, o Orixá do tambor era filho de Xangô e Oyá.

O primeiro festival Alaiandê Xirê, aconteceu em 1998, no Opô Afonjá, palco de todos os outros Alaiandês até 2006. A partir daí ocorreu a primeira edição itinerante: no Terreiro Mansu Banduquenqué, o Bate-Folha, em Salvador. A cada ano, o Alaiandê Xirê vem sendo realizado em uma comunidade diferente.

O evento é aberto ao público em geral, e não tem fins lucrativos. Xangô, o Orixá do Fogo, Justiça e Poder em Exercício é o padroeiro desta celebração. O primeiro Alaiandê Xirê homenageou o pintor Carybé, então recentemente falecido em 1997, e Camafeu de Oxossi, figura lendária da Bahia, falecido em 1994. Em 1999, aconteceu a primeira edição internacional do evento, que contou com a presença de sacerdotes cubanos, residentes em Miami e Nova Iorque. Nesta edição, o festival prestou homenagem a Jorge Alabê.

No 7º Alaiandê Xirê, reuniram-se no Terreiro de Candomblé representantes de várias religiões no “Debate sobre Ecumenismo Ecológico”. Representantes do Budismo, do Judaísmo, da Igreja Católica, da Igreja Batista e do Candomblé se uniram em torno de um mesmo objetivo. O XI Alaiandê Xirê aconteceu no tradicional Terreiro Pilão de Prata (Odô Ogê), na Boca do Rio (BA), sob a liderança do Babalorixá Air José de Jesus, da família Bangboshê Obitikô, responsável pelas primeiras comunidades estruturadas de Culto aos Orixás da Bahia. O tema foi: "Xangô dobra os couros para o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil".

Em 2010, o Alaiandê Xirê será realizado em São Paulo sob os cuidados de Mãe Wanda de Oxum e Ogã Gilberto de Exu.

Texto do Jornal A gaxetá.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Jornal Brasil de Fato in 15/09/10 "Murales para la paz"


Os murais já eram pintados há séculos por gregos e romanos, mas foi a sua apropriação por pintores mexicanos na primeira metade do século 20 que deu início ao Muralismo, sendo Diego Rivera seu principal expoente.

De feitio realista e proporções monumentais, o Muralismo foi influenciado pelo expressionismo alemão e pelas vanguardas russas. A originalidade do repertório se deu pela ligação direta dos muralistas ao contexto social e político da época e pela representação das culturas maia e asteca, além de elementos folclóricos do México Colonial.

O Muralismo é impulsionado pela Revolução Mexicana de 1910 como projeto educativo e cultural, narrando a história do país, exaltando o fervor revolucionário e rompendo com a pintura acadêmica de cavalete, restrita a galerias, museus e coleções particulares.

Direto do país da piada pronta peço que acabemos com o silêncio.

No país da piada pronta, como diria José Simão, pergunto eu, porque o povo não vota nos candidatos que tem propostas de melhorias sociais e optam por figuras exóticas?
Escutei que Tiririca está em primeiro lugar nas intenções de votos para deputado. Alguém assiste o programa eleitoral? Vocês viram como o eleitor é tratado naquele programa do tiririca, o abestado?

Obtive como resposta que o voto nele, é voto crítico, que ele não vai fazer nada e que independente de quem entrar também não fará e que o salário de 2500,00 discutido por outros partidos é uma ilusão... Por que não colocar o voto 'crítico' nos partidos que prometem mudanças e melhorias salariais? Poderia ter o voto e depois a cobrança, nada vai acontecer? Mas e se houver pressão e algo mudar, não é melhor que mude como propõe o Plínio de Arruda? Por que votar em Eneas, Ronaldo Esper, Clodovil, Tiririca?

Queriam proibir os programas humorísticos de tratar das eleições, risos, pra que né? É só assistir programa eleitoral de alguns candidatos... Falo isso porque gosto de assistir programa eleitoral, mas este ano as coisas estão passando do limite.

Tudo parece muito engraçado e descomprometido, mas acredito que esta questão tem que ser melhor pensada e pesquisada. O que faz a população tomar o comportamento do 'tanto faz' com relação aos candidatos e partidos políticos. É só descrença?

Outra questão me vem a cabeça, onde está a esquerda brasileira que se cala com tamanho desdem por parte dos candidatos, cade os movimentos populares, Ong's e intelectuais, ainda estão em silêncio?

Sou petista e estou  incomodada com as campanhas e o silêncio geral, mas estou mais aliviada (um pouquinho só) com a fala do candidato Mercadante no jornal Estado de São Paulo http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,mercadante-reclama-de-tiririca-a-partido-aliado,601196,0.htm#noticia

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, pediu ao PR que o humorista Tiririca, candidato a deputado federal, mude o discurso ou retire o seu nome da propaganda eleitoral na TV. Para Mercadante, a proposta de Tiririca é de uma "anticandidatura".


O PR integra a coligação que apoia o candidato do PT na disputa estadual. Tiririca é considerado um "puxador de votos" pela legenda, já que tem o número de mais fácil memorização - 2222. Nas propagandas de TV, o nome de Mercadante acompanha as mensagens de Tiririca.

"Ou tem um discurso, quem quer que seja, sério, republicano, cidadão, ou eu, evidentemente, não tenho interesse em estar associado a qualquer uma dessas candidaturas", afirmou o candidato do PT. "Tem de ter um discurso construtivo, propositivo, responsável, que é o que o eleitor e a democracia brasileira precisam."

O pior, é que fui no Estado online e percebi que os comentários estão contra a postura do Mercadante, o que está acontecendo com nossa nação? Há inversão de comportamento , não?

Ou, os de luta deixam seu silêncio de lado ou os reacionários nos calarão.

Sebastião da Gama

O sonho

 Sebastião da Gama

Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
in Pelo Sonho é que Vamos

Mercedes Sosa

Sobreviviendo

Me preguntaron como vivía, me preguntaron
'sobreviviendo' dije, 'sobreviviendo'.
Tengo un poema escrito más de mil veces,
En él repito siempre que mientras alguien
Proponga muerte sobre esta tierra
Y se fabriquen armas para la guerra,
Yo pisaré estos campos sobreviviendo.
Todos frente al peligro, sobreviviendo,
Tristes y errantes hombres, sobreviviendo.

Sobreviviendo, sobreviviendo,
Sobreviviendo, sobreviviendo.

Hace tiempo no río como hace tiempo,
Y eso que yo reía como un jilguero.
Tengo cierta memoria que me lastima,
Y no puedo olvidarme lo de hiroshima.
Cuánta tragedia, sobre esta tierra...
Hoy que quiero reírme apenas si puedo,
Ya no tengo la risa como un jilguero
Ni la paz de los pinos del mes de enero,
Ando por este mundo sobreviviendo.

Sobreviviendo, sobreviviendo,
Sobreviviendo, sobreviviendo.

Ya no quiero ser sólo un sobreviviente,
Quiero elegir el día para mi muerte.
Tengo las manos nuevas, roja la sangre,
La dentadura buena y un sueño urgente.
Quiero la vida de mi simiente.
No quiero ver un dia manifestando
Por la paz en el mundo a los animales.
Cómo me reiría ese loco día,
Ellos manifestándose por la vida.
Y nosotros apenas sobreviviendo, sobreviviendo.

Sobreviviendo, sobreviviendo,
Sobreviviendo, sobreviviendo.

Sobrevivendo

Me perguntaram como vivia, me perguntaram
'sobrevivendo' disse, 'sobrevivendo'
Tenho um poema escrito mais de mil vezes
Nele repito que enquanto alguém
Proponha morte sobre esta terra
E se fabriquem armas para a guerra
Eu pisarei esses campos sobrevivendo
Todos ante ao perigo, sobrevivendo
Tristes e errantes homens, sobrevivendo

Sobrevivendo, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo

Faz tempo que não rio, como faz tempo
E isso que eu ria como um pintassilgo
Tenho certa memória que me entristece
E não posso esquecer de Hiroshima
Quanta tragédia, sobre esta terra
Hoje que quero rir apenas se pudesse
Já não tenho o riso como um pintassilgo
Nem a paz do auge do mês de janeiro
Ando por este mundo sobrevivendo

Sobrevivendo, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo

Já não quero ser somente um sobrevivente
Quero eleger o dia para minha morte
Tenho as mãos novas, vermelha sangue
A dentadura boa e um sonho urgente
Quero a vida para minha semente
Não quero ver um dia manifestando
Pelo paz no mundo aos animais
Como me riria esse louco dia
Ele manifestando-se pela vida
E nós apenas sobrevivendo, sobrevivendo

Sobrevivendo, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo

Notsonoisy.com Guillaume Reymond

Adorava jogar tetris, esta animação ficou ótima!!!! Adorei.

GAME OVER é uma série de performance participativa em que eu reinterpretam alguns dos primeiros jogos de vídeo mítico. Os pixels são substituídos por um grupo de seres humanos ( 7-100 pessoas) que se deslocam do assento do banco em um teatro durante cerca de 4-6 horas. Cada "pixel "é dado as suas próprias regras de circulação. Como pode ser visto na tela grande , ele pode acompanhar a evolução do jogo e , em seguida, decidir sobre o seu quadro de movimentos por frame. Uma vez que todas as imagens em movimento em um curta-metragem de animação, faz uma grande parte do jogo de escala humana, não jogou por um jogador , mas por todos os pixels que compõem as imagens.

http://www.youtube.com/watch?v=G0LtUX_6IXY
Veja mais... genial...http://www.notsonoisy.com/

Atafona em transformação natural.

Esta foto tirei em Atafona, Rio de Janeiro.  Este lugar esta em transformação, a natureza está dando um novo enquadramento e neste exato lugar havia uma casa que a areia cobriu, só restou o teto, os destroços. Percebam que há vida renascendo. O cenário é muito bonito, o vento é forte e as histórias são inúmeras. Foto tirada no feriado de 7 de setembro de 2010 por Janaina Santana.

um saco vazio ou cheio de letrinhas???

Queria postar tantos assuntos hoje, mas não sei o que acontece parece que to com um saco vazio na cabeça ou com um saco cheio de palavras tentando fazer sentido... vou deixar para postar algo amanhã e por enquanto ficarei navegando e batendo papos...

Queria destacar que utilizarei este blog indepentende do término do módulo 'mídias digitais' porque adorei postar conteúdos relacionados com o que venho aprendendo e compartilhando com a thurma da especialização. Aproveito para agradecer o educador Alan Richard pelo incentivo. Valeu, o curso foi massa!!!!!!!

Por hoje é só... bjus e boa noite!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pediatra recomenda que pais monitorem uso de videogames e internet, mas sem proibir.

Dores de cabeça, obesidade, distúrbios do sono, agressividade e dores no pescoço ou nos ombros. São inúmeros os riscos que o uso abusivo da diversão eletrônica, tais como a internet e os videogames, podem provocar nas crianças e adolescentes.

Mesmo assim, os pais não devem privar seus filhos do contato com a tecnologia atual. Essa é a opinião da pediatra Susana Graciela Bruno Estefenon, coordenadora do Projeto de Saúde da Geração Digital e uma das organizadoras do livro Geração Digital ““ riscos e benefícios das novas tecnologias para as crianças e os adolescentes.
“Jogar videogame tem muitos benefícios: aumenta a coordenação motora e o raciocínio rápido e é uma forma de lazer, um divertimento espetacular. Mas muitas horas exposto à tela do videogame ou muitas horas privado de atividades ao ar livre trazem riscos e muitos”, afirmou Susana, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo ela, o ideal é que os pais conheçam os jogos de videogame e os ofereçam de acordo com a maturidade da criança. Também é importante que se limite o tempo que a criança vá passar jogando. O tempo ideal, segundo ela, pode ser fixado em duas horas por dia ““ prazo que também pode ser parâmetro para o uso da internet e da televisão.

Susana lembrou que não são somente riscos à saúde que podem trazer preocupações aos pais. Há também os de ordem sexual, tais como a pedofilia, a sedução e o abuso e a exploração sexual.

“Não podemos proibir uma criança de acessar a internet. Mas, nesse caso, falamos em monitoramento dos pais. Falamos também de pôr filtros de segurança contra a pornografia. Pornografia para crianças nunca é algo bom porque estimula a libido fora da idade a que elas estariam preparadas”, disse.

De acordo com Susana, para evitar que os filhos possam acessar conteúdos inadequados ou pornográficos na internet ou serem vítimas de violência na rede, os pais devem também monitorar o acesso. “Os computadores devem ser colocados dentro de um lugar de convívio comum. Uma criança não deve ter sua própria conta de email, mas a da família. E os pais devem orientar seus filhos sobre o perigo que pode representar navegar na internet e dar seus próprios dados”, aconselhou.

A médica lembra que o importante é que os pais não deixem os filhos sozinhos acessando a internet, mesmo que se tenha selecionado uma página com conteúdo infantil.

“Algumas vezes, a criança é achada. Você pode pensar: vou deixá-la porque esse é um site saudável, de brincadeiras. Mas muitos predadores sexuais procuram sites saudáveis, fora de qualquer suspeita, para achar a criança vulnerável. E eles entram se identificando como outra criança ou como conselheiro para criar um vínculo com essas crianças que estão sozinhas”, alertou.

Para ela, somente o diálogo entre pais e filhos poderá evitar riscos no uso dessas tecnologias pelas crianças. “A tecnologia faz parte de nossas vidas. Nós, adultos, desfrutamos plenamente de tudo o que ela nos oferece. Então, não podemos pensar e nem pretender que nossas crianças fiquem isoladas disso. O caminho é muito fácil, é compartilhar. Compartilhar com os filhos e com a família toda. Ao invés de ser um motivo de isolamento familiar, pode ser uma ferramenta de vínculo familiar. O caminho mais seguro ao futuro é a utilização das novas tecnologias como ferramenta de vínculo familiar e social.”

FONTE: AGÊNCIA BRASIL in http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/

Stop Motion - Desabotoando.

Como não consegui deixar o vídeo aqui nesta página, repasso o link.

Segue animação feita pelas arteiras.
http://www.youtube.com/watch?v=hN1ukSKh9x4

Foi uma diversão!!!!!!!!!!!!

PAC-MAN

Pac-Man humano usa 111 pessoas para recriar jogo clássico.
Folha.com/10/09/10



Uma câmera, 111 pessoas e muitas camisetas coloridas. O vídeo abaixo faz parte do projeto "Game Over" do artista Guillaume Reymond que transforma pessoas em pixels e personagens de jogos.

O projeto, com foco em games dos anos 1980, recria marcos do entretenimento eletrônico com vídeos feitos em stop motion.
Para produzir a filmagem, os participantes gravaram durante quatro horas seguidas em um cinema na Suíça.
http://www.youtube.com/watch?v=M3D0JvYJkGc&feature=player_embedded

Veja mais em: http://www.notsonoisy.com/pac-man/index.html


Muito legal!

Game não é mais brinquedo de criança?

No dia 10 de Agosto no programa Debate MTV apresentado por Lobão, a temática "Game não é mais brinquedo de criança?

Release:
O video game pode ser tão viciante quanto a cocaína. Quem afirma é o terapeuta inglês Steve Pope em um artigo recente que tem causado polêmica. Para ele, assim como o narcótico, os jogos provocariam mudanças no comportamento, distúrbios mentais e físicos.

Outros estudos revelam que pela primeira vez os jovens americanos passam mais tempo na intenet atrás de games, do que ocupados com seus e-mails e que obesidade e depressão estariam associados a jogadores compulsivos.
A má reputação não atinge o mundo dos negócios e hoje a indústria de games já supera as indústrias de cinema e música em faturamento. O mercado deve movimentar 68 bilhões de dólares em 2012.

O debate esquenta quando a temática é video game, lados positivos e negativos. Cabe novamente ,a meu ver, cautela. Nem oito nem oitenta, tudo na dosagem certa.
Pode trazer vício? Com certeza! Para as crianças deixa de ser brinquedo? Claro, que não!
Toda criança tem que estar em tutela de algum responsável, cabe este ao controle das ações desta criança, alimentar o uso intensivo de games pode fazer mal e viciar, a melhor opção, talvez seja apresentar um bom  livro,  incentivar contato com amigos, propor brincadeiras coletivas enfim, ampliar a opção desta criança é o papel do tutor responsável.

Como toda a mídia, o vício é algo bem possível, mas não é verdade que toda pessoa ficará transtornada pelo uso do game, mas reitero que cabe vigilância, principalmente para crianças em fase de formação.

Ampliar repertório/ o leque de opções de divertimento e aprendizagem.
Será que o mundo está tão chato que as pessoas deixarão de fazer outras coisas para alienar-se aos games? Prefiro acreditar que não! Games consuma com moderação !!!!!

Para assistir o debate da MTV na íntegra :  http://mtv.uol.com.br/debate/naintegra/10082010-game-nao-e-mais-brinquedo-de-crianca

ELOGIO DA DIALÈTICA

Elogio da Dialética
Bertolt Brecht




A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.

Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.

Só a força os garante.

Tudo ficará como está.

Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.

No mercado da exploração se diz em voz alta:

Agora acaba de começar:

E entre os oprimidos muitos dizem:

Não se realizará jamais o que queremos!

O que ainda vive não diga: jamais!

O seguro não é seguro. Como está não ficará.

Quando os dominadores falarem

falarão também os dominados.

Quem se atreve a dizer: jamais?

De quem depende a continuação desse domínio?

De quem depende a sua destruição?

Igualmente de nós.

Os caídos que se levantem!

Os que estão perdidos que lutem!

Quem reconhece a situação como pode calar-se?

Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.

E o "hoje" nascerá do "jamais".



Negrices em Flor - Maria Tereza

Presente da mãe
Negrices em Flor - Maria Tereza


Quando eu tinha oito anos eu gostava muito de fazer

bolo de terra no quintal da minha casa. Eu brincava de

ser escultora e fazia uns bolos bem redondos, de vários

tamanhos e cheios de velas, daquelas velas bem fininhas que

parecem palitos. Só que eu não acendia as velinhas porque o

vento apagava o fogo e minha mãe vivia espiando lá da janela

da cozinha. Minha mãe é muito legal, um dia eu perguntei

se ela faria um bolo vermelho, vermelho da cor da terra do

quintal pra gente comer. Ela disse que sim, quando chegou

o comecinho da noite ela me chamou dizendo que tinha

uma surpresa! Eba!!! Pensei que era o bolo vermelho. Não

era. Ela tinha feito um bolo branco e sem recheio... Tinha

só um morango em cima... E não era muito gostoso. Mas

a surpresa era outra coisa! Minha mãe tinha trazido um

presente! Era um embrulho bem grande e esquisito. Fui pro

meu quartinho abrir o presente, acendi a luz, desembrulhei

o pacote e o quarto ficou todo fascinante e brilhante: um

caderno bem grosso recheado com folhas de papel de seda

vermelhas!

Opiniões...

"Educação de pequena árvore"
Título Original: The Education of Little Tree

Gênero: Drama
Origem/Ano: EUA/1997
Duração: 110 mim
Direção: Richard Friedenberg


Sinopse: É a história de um menino que está crescendo e, como qualquer ser humano, procura seu lugar no mundo. Mas crescer, em qualquer época e sob qualquer circunstância, dói. Para Pequena Árvore, um menino cherokee - tribo índia dos Estados Unidos - de oito anos, essa tarefa não será nada fácil. Sua vida numa árida cidade mineradora, durante a Depressão americana - na década de 30 -, oferece-lhe poucos prazeres. Depois de perder os pais, ele vai morar com seus avós paternos numa floresta do Tennessee. Num ambiente mais carinhoso, ele reconhece, pela primeira vez, a beleza da natureza e a sabedoria da vida cherokee. A educação de Pequena Árvore está prestes a começar já que o futuro será recheado de descobertas e sofrimento (http://www.webcine.com.br/filmessi/pequena.htm).

Pequena árvore é tirado do convivio de seus famíliares e levado a uma instituição escolar, o que tem por trás deste fato?

No filme fica evidente para mim o objetivo da instituição de alienar a criança da sua verdadeira origem e adaptar a criança para viver nos moldes da sociedade norte- americana.


Ao entrar na instituição já lhe dão um novo nome, acabando com o símbolo que mais nos identifica e nos diferencia, padronizam a vestimenta, corte de cabelo, proíbem de falar seu idioma e o impõe o idioma oficial, começam por estipular a hora de comer, dormir, brincar e etc. Regulando, portanto sua rotina a partir do esperado pela sociedade doutrinadora.

O conteúdo trabalhado está longe de ser o de hábito desta criança, ele que veio de uma comunidade indígena e que tinha relação estreita com a natureza, passa a não ter contato com ela e até mesmo nas brincadeiras sua real identidade não aparece. Passa a ser estimulado a brincar com jogos que de nada tem haver com sua pessoa, a brincar com jogos e brincadeiras norte- americanas e européias que têm embutido a valor disciplinador e cristão.

Ao ter o contato com o teatro também tem de maneira direta o contato com os valores da sociedade vigente catequizadora e colonialista, há inclusive um discurso da idéia do corpo correto e do jeito certo de viver e agir.

Todo tempo esta criança passa por um processo de afastamento de suas raízes e aproximação com valores muito diferentes de sua origem, mas que condiz com o Estado burocrático e capitalista onde impera o egoísmo e a competição e não há lugar para gestos de carinho e respeito além de ser um espaço onde tudo tem sua hora pré-determinada.

O que a sociedade faz com esta criança é no mínimo crueldade e colonização e repetição de vários momentos históricos onde o poderoso se apropria dos valores do outro ou como mais uma fonte de poder ou como algo abominável sendo necessário, portanto reprimir.

Repensando o cotidiano e alimentando os sonhos

Repensando o cotidiano e alimentando os sonhos




“Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi ...”
Olavo Bilac - O Pássaro Cativo



Relendo “A ida ao teatro” de Ingrid Koudela me despertou a necessidade de pensar o meu fazer cotidiano com o trabalho “Arte na Casa” desenvolvido pela Ong Ação Educativa na Fundação Casa, projeto que desenvolve oficinas artísticas com os jovens que estão cumprindo medidas sócio-educativas. Propomos diversas linguagens artísticas como cênicas (teatro e gestual), corpo (danças circulares, dança de rua, capoeira...) palavra (literatura, rap, fanzine), visuais (desenho e pintura, graffiti, escultura, toy art) e diversos workshop.

No desenvolver das atividades percebo que se sentem livres, pois conseguem sair das grades da instituição e propor outro vir a ser ou como sugere o texto de Koudela criam ilhas de liberdade neste caso, para além da alienação da mídia e da sociedade de consumo que vendem produtos culturais enlatados e engessados, mas também para além das grades, como se libertasse o pássaro cativo.



A intenção principal do trabalho é desenvolver uma relação de afirmação da identidade com as “quebradas” que moram (regiões que vivem), em suas maiorias residentes das periferias e publicizar os espaços de cultura e lazer existentes nestes lugares, ampliar o olhar para estes espaços por vezes invisibilizados pelo cotidiano.

Parece-me a proposta da construção do conhecimento, da intenção de aumentar o ciclo de conhecedores e apreciadores da arte. O contato com as linguagens culturais periféricas está proporcionando a aproximação com o propor outras linguagens, olhares e visões de mundo. É a tal inclinação para arte que tem que ser fomentada já que não pode ser entendida, a meu ver, como natural e sim como cultural, socialmente desenvolvida.

Acredito ser revolucionária a quebra do monopólio do conhecimento e do vivenciar artístico. Faz necessária a ampliação deste acesso cultural tanto físico como simbólico, transformando os espaços culturais em ilhas de liberdade diante da ocupação da fantasia pela mídia e a sociedade de consumo (koudela). Evidentemente isto não se dá de uma hora para outra, portanto o desenvolver das atividades e a proposta do pensar criativo e autônomo é o caminho que visualizo e que tem que ser desenvolvido na educação cotidianamente tanto como tema transversal como sensibilização estética e específica da arte.

Sinto com o processo de formação destes jovens a capacidade de transformação na visão de mundo, a esperança de outro olhar para sociedade. Sim, fico muitas vezes frustrada, mas descrente nunca. Sinto a capacidade que a arte tem de sensibilizar e despertar. Cabe destacar que não acredito que a arte é a salvação da humanidade, até porque não acredito que aja uma questão isolada que tenha esta capacidade, para ser ainda mais sincera, não acredito em salvação, mas em transformação. E ai sim, a arte contribui como ferramenta de impulso e prazer.

Preparar o educando e o educador para este processo de conhecimento, do aprender, do vivenciar e sentir é passo importante para chegarmos à democratização da arte e do acesso. No cotidiano da sala de aula, no despertar para leitura, no envolver dos jogos teatrais, no fazer coletivo, no abrir das cortinas e no desvendar dos mistérios um mundo novo pode começar a existir.

Façamos das periferias, pólos de criação e produção cultural. Potencializemos os artistas populares e comecemos a nos orgulhar do nosso próprio fazer e de nossa potencia de transformação, façamos de nosso cotidiano educacional um experimento de “Um outro mundo possível” despertando diariamente a sensibilização e o questionamento crítico dos nossos educandos e saibamos aprender no processo de aprendizagem.



A última palavra ainda não foi dita.

Jogos de regra

Este protocolo relata os jogos de regras. Este curso foi interessante para entendermos a importância dos jogos no cotidiano escolar e o quanto prazeroso pode ser uma aula com jogos.

... segue meu segundo protocolo do curso de teatro.

"Recordo-me de diversos momentos para jogos de regras desde passa-anel, lencinho branco até jogos com bola e queimada.

O mais interessante destes jogos é que ficávamos relembrando as regras ou ensinando aos novos, depois de tudo certo e oficializado começávamos o jogo. Brincadeiras coletivas são muito interessantes e gravam nossa memória.

Tenho uma dor no joelho até hoje por conta de um campeonato de rua de handboll.

Na escola também fazíamos campeonatos e daí as regras ia desde como jogar até as regras de premiação e disputa.

Além de jogos com bola ou circulares, também me lembro dos jogos como banco imobiliário e puxa varetas. Gostava muito dos jogos com varetas, mas este puxa varetas era especial, era em um cubo que tinha varetas coloridas cruzadas e com bolinhas de gude em cima, tinha que tirar as varas sem deixar cair à bolinha, quem ficasse com mais bolinha perdia, era muita tensão e atenção neste jogo.

Gostava muito de amarelinha e elástico e ria muito quando não conseguia completar as fases de dificuldade.

Não podemos esquecer-nos do vídeo-game e mini-games que também são sucesso".

Protocolo da aula de teatro

Este protocolo relata minha memória da infãncia com jogos e brincadeiras e mostra estes traços em minha personalidade e escolhas atuais.


"Várias memórias e marcas se dão na minha vida a partir de experiências da infância. Sou filha única, mas sempre estive rodeada de crianças e assim acabei dividindo bem meu tempo para atividades em grupo e momentos individuais.


A gente sempre tem tempo para tudo e fases para diversos tipos de brincadeiras. Recordo-me brincando desde futebol com os meninos na rua até de casinha sozinha em casa.

Brinquei de tanta coisa e com tanta gente. Era esconde-esconde, elefante colorido, handboll, futebol, vôlei, pula corda, elástico, queimada, amarelinha, andar de bicicleta e patins, jogos de quebra-cabeça, ustop, casinha, bonecas, modelo, artista de TV e de teatro e adorava sumir em árvores para pegar frutas, mexer com as pessoas que passavam pela rua ou simplesmente papear com as amigas lá em cima.

Lembro-me bem, que ficava ansiosa quando tinha saída para o teatro ou apresentações na escola. Quando retornava para casa, ficava semanas imitando as cenas e reconstruído mundos. Adorava trabalhos na sala de aula que tinha a opção de apresentar em forma teatral, ai sim eu me divertia bastante e estudava bem para conseguir apresentar o melhor trabalho.

Eu adorava assistir programas da Xuxa, Angélica e Mara Maravilha, prestava atenção em tudo, depois ia para o quintal e imitava tudo, fazia propagandas, passava desenho e brincava no meio da criançada. As plantas do quintal era meu público, eu imitava as apresentadoras e depois passava dando beijinhos nas folhas como se fossem as crianças.

Reconheço-me hoje, em minhas escolhas, com diversas atividades que fazia quando criança. Adorava dar aulas para minhas bonecas, dei aula até para meus coleguinhas mais novos. Ajudei muitos na alfabetização. Hoje trabalho com arte educação.

Minha lembrança da presença dos meus pais também fortalece este tempo, fazia barquinhos de papel com meu pai, escutava histórias com meu avô e pulava corda, jogava bola entre tantas outras brincadeiras com minha mãe, que sempre estava do meu lado.

Esta divisão de tempo para momentos individuais me fazia viajar e ser organizada e diferente do que os outros pensam sobre ser filha única, nada de mimada. Tenho a marca desta divisão em mim até hoje, gosto de gente, de estar em contato e adoro trabalhar com pessoas, mas não abro mão dos meus momentos individuais, de leitura, de silêncio, de arrumação do meu encontro comigo mesma. Esta divisão me dá um equilíbrio necessário para minha felicidade."

Cruz e Souza - Cristais

João Bandeira, educador do curso de Poesia e Visualidade começou suas aulas com o poema que segue. Curso que gostei bastante também!

Cruz e Souza - Cristais


Mais claro e fino do que as finas pratas
O som da tua voz deliciava...
Na dolência velada das sonatas
Como um perfume a tudo perfumava.

Era um som feito luz, eram volatas
Em lânguida espiral que iluminava,
Brancas sonoridades de cascatas...
Tanta harmonia melancolizava.

Filtros sutis de melodias, de ondas
De cantos volutuosos como rondas
De silfos leves, sensuais, lascivos...

Como que anseios invisíveis, mudos,
Da brancura das sedas e veludos,
Das virgindades, dos pudores vivos.

Cibercultura

Em "Cibercultura" Pierre Lévy  debate conteúdos importantes para o debate sobre o uso da internet, das comunidades virtuais e corrobora para o debate da postagem anterior sobre a insegurança e a convivência entre as pessoas. trago alguns trechos do capítulo O programa da Cibercultura: as comunidades virtuais  para pensarmos melhor sobre o assunto e por fim levantar questões para debate de opiniões.

"...já que o desenvolvimento das comunidades virtuais se apóia na interconexão. Uma comunidade virtual é construída sobre afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de cooperação ou de troca, tudo isso independentemente das proximidades geográficas e das filiações institucionais. Para aqueles que não as praticam, esclarecemos que, longe de serem frias, as relações on-line não excluem as emoções fortes. Além disso, nem a responsabilidade individual nem a opinião pública e seu julgamento desaparecem no ciberespaço. Enfim, é raro que a comunicação por meio de redes de computadores substitua pura e simplesmente os encontros físicos: na maior parte do tempo, é complemento ou adicional...".
O autor segue relatando que que as comunidades têm uma "netiqueta" mas ressalta que "as manipulações e enganações sempre são possíveis nas comunidades virtuais, assim como são em qualquer outro lugar: na televisão, nos jornais impressos, no telefone, pelo correio ou em qualquer reunião "em carne e osso" .

Lévy destaca que as relações virtuais não substituiram as relações pessoais/físicas e que por vezes auxiliam nos encontros e na organização de uma viagem, por exemplo. "Em geral é um erro pensar as relações entrea antigos e novos dispositivos da comunicação em termos de substituição..." opta o autor por pensar estes mecanismos nos termos de deslocamento. Outra reorganização, levanta o ponto que as pessoas continuaram falando depois da escrita, que as cartas dos amantes não excluem o beijo dos mesmos e que , portanto a internet não exclue o contato, afirma ainda que "a imagem do indivíduo 'isolado em frente à sua tela' é muito mais próxima do fantasma do que da pesquisa sociológica"

" A cibercultura é a expressão da aspiração de contrução de uma laço social, que não seria fundado nem sobre links territoriais, nem sobre relações institucionais,nem sobre as relações de poder, mas sobre a reunião em torno de centros de interesses comuns, sobre o jogo, sobre o compartilhamento do saber, sobre a aprendizagem cooperativa, sobre processos abertos de colaboração. O apetite para as comunidades virtuais encontra um ideal de relação humana desterritorializada, transversal, livre. As comunidades virtuais são motores, os atores, a vida diversa e surpreendente do universal por contato."

Retomando Canclini

No seminário que presenciei com Canclini, ficou em destaque como estratégico para discutir o capitalismo a relaçao da arte, redes sociais e juventude. Estes eixos trazem consigo o debate sobre as mudanças na producão, circulação e consumo cultural e traz a tona a discussão sobre a difusão estendida ou seja as redes virtuais trazem outros caminhos para produção e difusão dos produtos culturais.
Em pesquisas recentes aparecem que o jovem não "leem e não escrevem" ou não têm o hábito da leitura e escrita. Será correto afirmar isto? Ou melhor seria entender que isto se dá de outras maneiras. As redes virtuais não trazem outras respostas. Não será melhor observar que há outras maneiras e outros instrumentos utilizados por estes mesmos jovens?
Mas outro debate aparece, o do acesso. Quem tem acesso a internet e/ou a linguagem da internet. As lan houses conseguiram minimizar o problema do acesso, mas com que qualidade?

Com curiosidade recebi o dado que houve crescimento de 10%  na abertura de livrarias no Brasil. Isto mostra uma contemporaneidade complexa onde cabe diversos caminhos.

A internet,na sociedade capitalista não podia deixar de lado um traço forte desta sociedade, a insegurança, o que veio para democratizar o acesso a informações e para ampliar a relação entre pessoas, traz a insegurança na utilização de diversos mecanismos. A sensação de controle e vigilância, típica de nosso dia a dia, também aparece pelo mundo virtual onde todos sabem de tudo. O que comemos, o que vestimos, nossas preferências sexuais, nossas redes de amigos, nossas fotos... Canclini preferiu nomear este fato de "strep tease ingenuo".

Eis que surge uma nova profissão, pesquisadores de redes sociais, pessoas que vasculam perfis nas redes sociais e tendências para desenvolver e/ou justificar produtos, Moderno , não?!!

Podemos perceber que a insegurança, antes pensada no nível da convivência, agora toma formas virtuais e propoe precaução com o uso da internet. "O novo espírito capitalista".

Mas, calma, não há apenas problemas com a internet, nem só "Vigiar e Punir",mas é de extrema importância caminharmos para além da simples facilidade de intercâmbios de informações e pensarmos as modernas formas que se dá sua utilização. A internet traz a facilidade de intercambiar informações de um lado a outro em apenas um clic, de facilitar contatos com pessoas geograficamente distantes, de ser uma ferramenta para divulgação de produtos entre tantas outras facilidades. O que temos, a meu ver, é ter a preocupação de não perder a referência da convivência e das relações pessoais.

Confesso que uma preocupação eu tenho, esta nova geração conseguirá viver sem as máquinas, conseguirá ter recursos para organizar suas vidas caso as máquinas parem?

Precaução e boa utilização dos meios virtuais. Não deixemos nunca de pensar o que tem por trás de determinadas ações, o que publicizar?!. Com cautela o uso será muito mais agradável.

domingo, 12 de setembro de 2010

Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens.
* poema trabalhado na aula de Ingrid Koudela

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.


Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.

Sobre o autor:

Bertolt Brecht (1898-1956) foi um dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o "Berliner Ensemble" realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955

Turma 7 de linguagens da arte. Mariantonia/USP

Salve Galera da Turma 7 de Linguagens da Arte!

sábado, 11 de setembro de 2010

Arteiras malucas.


Este é meu grupo animado que se reuniu para criar a animação proposta pelo curso de "mídias digitais".
Aprendemos e nos divertimos.
Meninas vocês são especiais.
Esta pós me aproximou de pessoas bem bacanas, agora me refiro não apenas a patotinha da foto e sim da thurma toda da sala....


Bitocas e bora trocar ideias.
Xau!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Redes Sociais, internet e cultura digital.

Hoje, fui em um seminário no teatro da 'Aliança Francesa' com o professor Nestor Garcia Canclini , uma de suas obras é "Culturas Híbridas: Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade abriu uma nova linha para estudos culturais no continente" discute a globalização no campo cultural destacando características hibridas da cultura que sergem como alternativa a cultura de massa.
Canclini, é um dos maiores estudiosos em comunicação, sociologia e cultura e hoje dividiu seu conhecimento com cerca de 150 pessoas interessadas na temática, entre elas, eu.
Muitos assuntos foram levantados e as questões vindas dos presentes também engrandeceu bastante o debate. Retornei as minhas atividades de trabalho com diversos pontos e creio tocar nelas em algumas postagens.
Calhou bastante com a temática do curso do professor Alan Richard "linguagens das mídias digitais" , pois fiquei pensando no uso, controle e contemporaneidade da utilização da ferramenta internet e na insegurança que muitas pessoas estão adquirindo ao utilizar redes de comunicação. Ficou a questão, a internet veio para democratizar ou controlar, de que jeito é utilizada, como ficam as redes sociais pessoais e presenciais, como aproximar pessoas e obter resultados esperados com esta ferramenta, o acesso esta nas mãos de todos, o entendimento do que é vinculado é de entendimento de todos, como lidar com a contemporaneidade capitalista com liberdade, enfim como utilizar este mecanismo com tranquilidade e obter o resultado que deseja sem se aprisionar????

Estas são algumas questões que despertaram este debate com o professor Canclini.

Muito bacanaaaaaaaaaa... vale a pena a pesquisa.
Nesta postagem é só...

Analfabeto Político

"Analfabeto Político"
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.



O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Bem Vind@s!

Bom, thurma...

Comecemos a debater as temáticas apresentadas na pós graduação 'Linguagens da Arte' proposta pelo Centro Universitário Mariantonia.

A montagem deste demorou porque fiquei algum tempo escolhendo o design. Escolhas são difíceis hehehehhehe

Agora que consegui vencer a internet lenta e as escolhas de design, postarei os textos que já venho elaborando no decorrer do curso de mídias digitais.

Em breve uma postagem novinha.

Sejam tod@s bem vind@s.