segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Opiniões...

"Educação de pequena árvore"
Título Original: The Education of Little Tree

Gênero: Drama
Origem/Ano: EUA/1997
Duração: 110 mim
Direção: Richard Friedenberg


Sinopse: É a história de um menino que está crescendo e, como qualquer ser humano, procura seu lugar no mundo. Mas crescer, em qualquer época e sob qualquer circunstância, dói. Para Pequena Árvore, um menino cherokee - tribo índia dos Estados Unidos - de oito anos, essa tarefa não será nada fácil. Sua vida numa árida cidade mineradora, durante a Depressão americana - na década de 30 -, oferece-lhe poucos prazeres. Depois de perder os pais, ele vai morar com seus avós paternos numa floresta do Tennessee. Num ambiente mais carinhoso, ele reconhece, pela primeira vez, a beleza da natureza e a sabedoria da vida cherokee. A educação de Pequena Árvore está prestes a começar já que o futuro será recheado de descobertas e sofrimento (http://www.webcine.com.br/filmessi/pequena.htm).

Pequena árvore é tirado do convivio de seus famíliares e levado a uma instituição escolar, o que tem por trás deste fato?

No filme fica evidente para mim o objetivo da instituição de alienar a criança da sua verdadeira origem e adaptar a criança para viver nos moldes da sociedade norte- americana.


Ao entrar na instituição já lhe dão um novo nome, acabando com o símbolo que mais nos identifica e nos diferencia, padronizam a vestimenta, corte de cabelo, proíbem de falar seu idioma e o impõe o idioma oficial, começam por estipular a hora de comer, dormir, brincar e etc. Regulando, portanto sua rotina a partir do esperado pela sociedade doutrinadora.

O conteúdo trabalhado está longe de ser o de hábito desta criança, ele que veio de uma comunidade indígena e que tinha relação estreita com a natureza, passa a não ter contato com ela e até mesmo nas brincadeiras sua real identidade não aparece. Passa a ser estimulado a brincar com jogos que de nada tem haver com sua pessoa, a brincar com jogos e brincadeiras norte- americanas e européias que têm embutido a valor disciplinador e cristão.

Ao ter o contato com o teatro também tem de maneira direta o contato com os valores da sociedade vigente catequizadora e colonialista, há inclusive um discurso da idéia do corpo correto e do jeito certo de viver e agir.

Todo tempo esta criança passa por um processo de afastamento de suas raízes e aproximação com valores muito diferentes de sua origem, mas que condiz com o Estado burocrático e capitalista onde impera o egoísmo e a competição e não há lugar para gestos de carinho e respeito além de ser um espaço onde tudo tem sua hora pré-determinada.

O que a sociedade faz com esta criança é no mínimo crueldade e colonização e repetição de vários momentos históricos onde o poderoso se apropria dos valores do outro ou como mais uma fonte de poder ou como algo abominável sendo necessário, portanto reprimir.

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