segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cibercultura

Em "Cibercultura" Pierre Lévy  debate conteúdos importantes para o debate sobre o uso da internet, das comunidades virtuais e corrobora para o debate da postagem anterior sobre a insegurança e a convivência entre as pessoas. trago alguns trechos do capítulo O programa da Cibercultura: as comunidades virtuais  para pensarmos melhor sobre o assunto e por fim levantar questões para debate de opiniões.

"...já que o desenvolvimento das comunidades virtuais se apóia na interconexão. Uma comunidade virtual é construída sobre afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de cooperação ou de troca, tudo isso independentemente das proximidades geográficas e das filiações institucionais. Para aqueles que não as praticam, esclarecemos que, longe de serem frias, as relações on-line não excluem as emoções fortes. Além disso, nem a responsabilidade individual nem a opinião pública e seu julgamento desaparecem no ciberespaço. Enfim, é raro que a comunicação por meio de redes de computadores substitua pura e simplesmente os encontros físicos: na maior parte do tempo, é complemento ou adicional...".
O autor segue relatando que que as comunidades têm uma "netiqueta" mas ressalta que "as manipulações e enganações sempre são possíveis nas comunidades virtuais, assim como são em qualquer outro lugar: na televisão, nos jornais impressos, no telefone, pelo correio ou em qualquer reunião "em carne e osso" .

Lévy destaca que as relações virtuais não substituiram as relações pessoais/físicas e que por vezes auxiliam nos encontros e na organização de uma viagem, por exemplo. "Em geral é um erro pensar as relações entrea antigos e novos dispositivos da comunicação em termos de substituição..." opta o autor por pensar estes mecanismos nos termos de deslocamento. Outra reorganização, levanta o ponto que as pessoas continuaram falando depois da escrita, que as cartas dos amantes não excluem o beijo dos mesmos e que , portanto a internet não exclue o contato, afirma ainda que "a imagem do indivíduo 'isolado em frente à sua tela' é muito mais próxima do fantasma do que da pesquisa sociológica"

" A cibercultura é a expressão da aspiração de contrução de uma laço social, que não seria fundado nem sobre links territoriais, nem sobre relações institucionais,nem sobre as relações de poder, mas sobre a reunião em torno de centros de interesses comuns, sobre o jogo, sobre o compartilhamento do saber, sobre a aprendizagem cooperativa, sobre processos abertos de colaboração. O apetite para as comunidades virtuais encontra um ideal de relação humana desterritorializada, transversal, livre. As comunidades virtuais são motores, os atores, a vida diversa e surpreendente do universal por contato."

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